Bom, eu sofri desde que nasci. Minha mãe era agredida pelo meu pai e, desde pequena, presenciei brigas na minha casa. Nunca soube o que era carinho, tanto da parte do meu pai, que era alcoólatra, quanto da minha mãe, que sofria muito com ele. Cresci nesse ambiente. Mesmo tão pequena, sofria muito em ver toda aquela situação.
Com o passar do tempo, criei uma raiva imensa do meu pai pelo que ele fazia com a minha mãe, pois, mesmo com ela distante de mim, era a única pessoa com quem eu podia contar. O ódio e a raiva chegaram ao ponto que não conseguia ao menos olhar nos olhos dele. Meu irmão e eu tivemos muitas e muitas brigas, nos agredimos diversas vezes.
Na adolescência, comecei a namorar, a sair para festas, a ingerir bebidas alcoólicas, a fumar... Lembro que fui traída pelo meu namorado (o que me doeu muito), e fiz o mesmo com ele.
Eu era uma garota muito triste, cheia de complexos, isolada e cheia de mágoas. Tinha mágoa até do meu próprio pai. Lembro do dia em que meu pai, bêbado, chegou em casa, pegou sua arma - por ser policial, tem porte legal de arma de fogo - e atirou onde eu e minha mãe estávamos. Por pouco, mas por muito pouco mesmo, não nos acertou. Nesse dia eu fiquei apavorada, chorei muito e até fiquei doente. Em outro episódio, meu pai, muito doente devido a um problema nas pernas, ficou sem andar. Era algo humilhante e que durou mais de um mês.
Em casa e sem saber o que fazer, minha mãe ligou o rádio e ouviu a programação da Rede Aleluia, que por sua vez, é composta por pastores radialistas da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus). A partir desse dia, surgiu nela um desejo ardente de conhecer o trabalho da igreja. Meus pais, então, decidiram participar de uma reunião na qual o meu pai foi curado e, através do testemunho de cura dele, convites e orações de minha mãe, resolvi ir à essa “ tal igreja".
Ao participar da reunião me senti muito bem e, algum tempo depois, entrei na Força Jovem. Fui aprendendo sobre as coisas de Deus, me batizei nas águas e minha vida foi mudando. Os pensamentos em relação à minha família e sobre mim também mudaram. Libertei-me, tive um encontro com o Senhor Jesus e só então passei a ter vida, a sentir e a ter algo que o mundo nunca poderia me dar.
Por isso eu digo: "Alguém acreditou em mim e nós acreditamos em você!"
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